domingo, 9 de agosto de 2009

FOREX - PARTE I

Já faz algum tempo que este blogueiro está atento a novas alternativas de investimento, além das tradicionais BOVESPA e BM&F, com foco especialmente nos mercados de moeda e futuros. Os reiterados - e aparentemente insolúveis - problemas operacionais no sistema Web Trading foram o motivador que faltava para me levar a uma pesquisa mais aprofundada sobre o Mercado Internacional de Moedas, o FOREX, cujos resultados vou compartilhar com vocês em uma série de posts.

O FOREX começou a ser organizado durante a década de setenta, quando o padrão-ouro foi abandonado pela principais economias do planeta e as taxas de câmbio passaram a flutuar livremente. Hoje, o FOREX congrega bancos comerciais, bancos centrais, hedge funds e investidores individuais em um mercado internacionalmente integrado que opera sem parar durante 24 horas por dia, período no qual movimenta estimados 3,5 trilhões de dólares - é isso mesmo, trilhões/dia, não houve nenhum erro tipográfico aqui! É sem dúvida o mercado mais líquido do planeta. Até poucos anos atrás, operar neste mercado era um privilégio reservado aos grandes players, porém o avanço da internet permitiu uma rápida expansão do FOREX online durante esta primeira década do século XXI e abriu as portas para o ingresso de pequenos investidores. No Brasil, fazendo jus ao nosso atraso médio de dez anos em praticamente qualquer setor da vida, o FOREX ainda é amplamente ignorado fora dos círculos mais especializados.

Aqui um alerta: no nosso país, o FOREX tem tão pouca penetração fora das mesas de operações de bancos e hedge funds que ainda não há nenhum broker credenciado junto à CVM para oferecer serviços de corretagem ao público de varejo, o que obriga o investidor brasileiro a abrir uma conta fora do país. Nestas circunstâncias, há um campo fértil para as mais variadas picaretagens. Dentre várias engenhosidades, descobri, por exemplo, que um "broker" brasileiro oferecia a abertura de conta em Barbados para operação com FOREX, só que lendo as letras miúdas do contrato fornecido pela corretora da ilha caribenha - aliás, em um inglês de dar dó - ví que a conta em Barbados era apenas uma conta de trânsito, pois dali o dinheiro seria enviado para um banco no Azerbaijão... Outro caso, esse bem mais conhecido porque caiu na malha da CVM, diz respeito a
espertos que resolveram explorar a ignorância alheia com propostas de retorno "garantido" de 20% ao mês em managed accounts.

O temor de enviar recursos para uma corretora no exterior, aliado ao desconhecimento sobre os meios para fazê-lo são os primeiros obstáculos a serem vencidos pelo investidor que queira entrar neste mercado. A boa notícia é que não há o que temer, desde que você tome algumas precauções:

1. Escolha uma corretora internacional confiável, de preferência uma que atue também como market maker, para se beneficiar de spreads menores na compra e venda. Outro ponto a ser considerado é a capitaliação da corretora, pois o mercado de FOREX é totalmente descentralizado e não existe uma clearing global que garanta a liquidação das operações, tudo depende da confiabilidade do broker.
No momento, estou testando a plataforma de negociação de uma das mais capitalizadas corretoras norte-americanas, a GFT.

2. Fuja de intermediários brasileiros como o diabo da cruz, pois mesmo que sejam sérios eles são completamente desnecessários. O procedimento de abertura da conta pode ser todo feito pela internet.

3. A transferência de recursos de e para a conta da corretora pode ser feita via cartão de crédito internacional ou via transferência bancária (wire), logo não há a menor necessidade de recorrer a casas de câmbio e muito menos a "doleiros". Lembro que o trânsito de capitais é livre no nosso país, logo essas transferências são perfeitamente legais, desde que devidamente informadas ao Banco Central, o que obrigatóriamente será feito ou pela operadora do cartão ou pelo banco que efetuou a transferência.

Outra ordem de preocupações diz respeito à tributação, e aqui alguns cuidados também são necessários:

1.No Brasil, os ganhos de capital obtidos com a especulação em FOREX são tributados pela Receita Federal à alíquota de 15%, após a repatriação dos recursos, ou seja, não haverá incidência de IR no Brasil enquanto o dinheiro for mantido na conta da clearing house (ou seja, na conta da própria corretora), conforme pode-se concluir do Art. 7º, III, da IN/SFR n º 118/00. Eventuais recolhimentos devem ser feitos até o último dia útil do mês seguinte à repatriação, através de DARF gerada por um software específico que pode ser baixado no próprio site da Receita.

2. No exterior, as regras obviamente variam conforme o país em que a conta for mantida. Posso adiantar que se a conta for aberta nos EUA, o investidor estrangeiro que não possua green card e que tenha permanecido em território norte-americano por menos de 183 dias nos últimos três anos, será classificado como não-residente e neste caso os ganhos com FOREX não são tributados pelo Internal Revenue Service (responsável pela publicação de um excelente guia de tributação para estrangeiros). Em outros países, ainda estou com a pesquisa em andamento, mas estou quase certo que na Suíça também não há cobrança sobre ganhos de capital em moeda estrangeira para investidores não residentes.

Feitas estas observações iniciais, nos próximos posts passarei a me concentrar em informações relativas à estrutra e à dinâmica de funcionamento do FOREX.


sábado, 25 de julho de 2009

SEGUNDA LINHA EM MOVIMENTO

A semana foi movimentada - para mim, também fora do mercado... Na bolsa, muito movimento no meu segmento favorito: os papéis de segunda linha. Não foi fácil selecionar os papéis para a análise dessa semana, tal a profusão de boas oportunidades que surgiram ou se consolidaram, mas acabei selecionado três das ações que estão permanentemente na minha lista de acompanhamento para comentários, sempre em gráficos semanais e não indexados.

Começo com ETER3, que na última sexta-feira rompeu com força uma distribuição lateral que vinha se desenvolvendo desde o início do mês de maio. Vê-se que após o fundo de R$ 3,16, o papel entrou em uma clara tendência ascendente, c
uja confirmação ocorreu com a ultrapassagem do patamar e R$ 5,52, em março deste ano. Após a rápida subida, Eternit ingressou em fase de consolidação que deu origem a uma bem organizada distribuição lateral. Em geral observa-se na análise técnica que há uma probabilidade maior do papel romper a distribuição no sentido da tendência que a precedeu - no caso, de alta - e quanto mais longo o período de consolidação maior tende a ser a amplitude do movimento que se segue. As próximas semanas demonstrarão a amplitude do movimento de alta de ETER3, mas os sinais iniciais são otimistas: não só o rompimento da resistência foi feito com volatilidade elevada, como houve também um nítido aumento do volume negociado.

Em situação bem semelhante à Eternit, temos FESA4. Observando o movimento dos preços nos últimos dois anos e meio, vemos que este papel fez um clássico movimento parabólico, praticamente quadruplicando de valor entre fevereiro e junho de 2008, para em seguida ingressar em uma tendência de baixa igualmente intensa. Em seguida, a tendência de baixa dissolveu-se em uma distribuição lateral que formou um forte suporte na faixa de R$ 5,45 e resistência na a faixa de R$ 5,86. A superação desse patamar no final do mês de março deste ano apresentou uma primeira oportunidade de entrada no papel. Uma segunda oportunidade apresenta-se agora, pois na última sexta-feira FESA4 rompeu a resistência situada na parte superior da distribuição lateral que vinha se desenvolvendo desde meados do mês de maio, em uma pausa natural no movimento de alta iniciado em março. Aqui também o breakout dá todos os sinais de ser sério: rompimento da resistência com alta volatilidade e volume financeiro em elevação, ainda que discreta.

Por fim, um dos meus papéis favoritos já a alguns anos, em virtude da enorme amplitude dos seus movimentos: IDNT3. Observa-se no gráfico que IdéiasNet vem se movimento dentro de um canal de alta de longo prazo bastante dilatado. Recentemente, após tocar a LTA que funciona como base do canal, na faixa de R$ 1,86, o papel ingressou em novo ciclo intermediário
de alta, cuja fase inicial foi confirmada pela superação da resistência situada na faixa de R$ 2,39. Como sempre ocorre em uma tendência estabelecida, pausas marcadas por uma distribuição lateral vão ocorrendo ao longo do caminho - vide os exemplos acima - fornecendo boas oportunidadades de entrada, sob a perspectiva de risco X retorno. No caso de IDNT3, a distribuição assumiu o formato de "flâmula", com a porção superior sendo superada na semana passada, em um movimento de alta volatilidade e com volume financeiro crescente. Ressalto que não sou muito adepto do emprego dos formatos "bandeira" e "flâmula", pois sua confiabilidade não chega a ser das mais elevadas, mas uma entrada mais conservadora e com maior probabilidade de sucesso pode ser feita na superação do topo recente situado nos arredores de R$ 3,60. Reparem, por fim, que o potencial de alta é elevado, pois hoje a LTA que demarca o topo do canal está passando pela região próxima a R$ 15,00.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ATRASO

Prezados, desculpem o atraso no post dessa semana. Prometo um caprichado para a próxima sexta-feira após o fechamento do mercado.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

FUTUROS

Já faz algum tempo que incorporei à minha rotina de acompanhamento três contratos negociados via WebTrading no pregão da BMF&F e agora pretendo postar comentários periódicos sobre sua evolução.

Começando por WINFUT (índice futuro), que em linhas gerais segue - como era d
e se esperar - a evolução dos preços do seu ativo-base, o Índice Bovespa. No momento, segue no curso de um repique corretivo, tendendo a buscar a LTA que sustenta o repique. Embora eu tenha uma predileção por trades de logo prazo, pegando uma tendência de alta no início e me mantendo nela (se possível aumentando continuamente a posição) até que surjam os primeiros sinais de esgotamento, no caso do WINFUT essa estratégia só se tornará viável depois de completada a segunda etapa de baixa, que deve vir na seqüência do atual repique. Até lá, é mais prudente relizar trades com horizonte temporal mais curto, entrando vendido quando a cotação se aproxima do topo do canal e revertendo para compra quando ela se aproxima da LTA.

Em seguida temos WBG (boi gordo), que no momento também se presta a trades de curto prazo - para quem estiver estranhando essa recomendação vinda de um trend-follower, aviso que nos mercados futuros as oportunidades de curto prazo costumam ser bem mais recompensadoras do que em ações, em virtude da alavancagem e dos custos de corretagem muito mais baixos. Observa-se que as cotações continuam a oscilar dentro de uma distribuição lateral favorável ao "pingue-pongue": entrar vendido após um teste mal sucedido da resistência, nos arredores de R$ 89,00, e depois cobrir a venda e entrar comprado nas proximidades do suporte, situado nos arredores de R$ 77,00. Se você acha que a diferença não é lá grande coisa, saiba que o contrato de Boi Gordo é aquele com maior alavancagem financeira dentre todos (desse jeito até parece que são muitos...) os disponíveis no web-trading. Considerando a cotação de fechamento da última sexta-feira (R$ 82,49 por arroba) e a margem de manutenção fixada em R$ 150,00 por contrato de 33 arrobas, temos uma alavancagem financeira de respeitáveis 18:1.

Por fim o Dólar Futuro, que não apresenta maiores novidades, exceto pelo fato de ter encontrado um sólido suporte no patamar de R$ 1,94. No mais, a situação mantém-se indefinida, pois a continuação do movimento de baixa nas cotações depende da superação do suporte acima mencionado, ao passo que não temos ainda um indicativo de reversão rumo à uma nova tendência de alta. É possível também que a cotação da moeda acabe estabelecendo por algum tempo uma distribuição lateral, semelhante àquela de WBG. Por enquanto, todavia, nada a recomendar, além de paciência para aguardar uma definição.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

SETOR INDUSTRIAL

Prosseguindo a análise de ações componentes dos índices setoriais da nossa bolsa, vou analisar no post dessa semana três ações do setor industrial. Foi o setor mais atingido pela correção que teve início em julho o ano passado, especialmente em virtude do pânico que tomou conta do mercado entre o final de agosto e o início de setembro. Obviamente, quem manteve a cabeça fria no meio do pânico acabou sendo apresentado à ótimas oportunidades de compra, algumas oferecidas em bandeja de prata pelo mercado, como essas duas aqui abaixo.

Gerdau PN foi duramente atingida pela correção, tendo perdido mais de setenta por cento do seu valor entre o pico de R$ 41,40 e o fundo de R$ 10,26. Passado o pânico, o papel fez um movimento clássico de esgotamento da pressão vendedora - daqueles que parecem feitos sob encomenda para um manual de análise técnica: formou um fundo duplo entre novembro de 2008 e março de 2009, acompanhado por uma divergência de alta "classe B" no MACD, que precedeu o repique de alta pelo qual o papel está passando no momento atual. Obviamente, o momento ideal de entrada teria sido ou na formação do segundo fundo ou - para os mais cautelosos - na confirmação do repique, quando o preço fechou acima do patamar de R$ 18,32. Note-se também que o volume financeiro crescente ao longo do atual repique parece indicar que ele ainda possui fôlego suficiente para prosseguir por mais algum tempo.

Suzano Papel PNA - outra ação que perdeu próximo de setenta por cento de
seu valor entre o pico de R$ 30,72 e o fundo de R$ 9,30 - fez um movimento em essência idêntico à GGBR4. Assim como Gerdau, SUZB5 encerrou a primeira etapa de correção com um fundo duplo entre novembro de 2008 e março de 2009, acompanhado por uma divergência "clase B" no MACD. O repique foi definitivamente confirmado com a superação da resistência situada nos arredores de R$ 14,40, nível que foi novamente testado - dessa vez como suporte - no pullback das últimas semanas. Para o futuro imediato, tanto o volume financeiro crescente durante o repique quanto as indicações do MACD sugerem que ainda temos um bom torque remanescente, que deve impulsionar os preços rumo ao rompimento da próxima resistência, situada no patamar de R$ 16,80.

Embraer ON difere completamente das duas ações acima e também - como de praxe - da tendência geral do INDX. Apesar de ser um papel que nunca ing
ressou na minha lista de acompanhamento, pois após a impressionante valorização que se seguiu à sua privatização, com os preços saindo de um fundo de R$ 0,03 para um primeiro topo de R$ 13,63 em um período de quatro anos (entre setembro de 1997 e maio de 2001), EMBR3 parece ter entrado em uma lenta ascensão, que mais se assemelha à uma grande distribuição lateral. Ainda assim, o momento parece interessante para uma olhada no papel. Vemos que após o topo recente de R$ 24,04 esta ação ingressou em uma correção de grandes proporções a partir de agosto de 2007 - aliás, precedida de uma impressionante divergência de baixa no MACD -, cuja primeira etapa ainda não está encerrada. Com efeito, observamos que apesar de já se ter formado uma tripla divergência de alta no MACD - coisa não muito comum - o comportamento dos preços ainda não indicou com segurança que o fundo foi definitivamente atingido em R$ 5,54. Em virtude da divergência e do volume em elevação no repique que se seguiu, é bem provável que esse fundo não venha a ser novamente testado, todavia, a confirmação de um repique de alta sustentável depende da superação do patamar de preços situado nos arredores de R$ 10,00.

sábado, 27 de junho de 2009

IBOV & DJI

Nos mercados de ações e derivativos, a praxe no comportamento dos preços é de que estes não subam nem caiam linearmente. Tanto os ciclos de alta de longo prazo quanto os de baixa são entremeados por correções e repiques que se movimentam em sentido contrário ao da tendência principal. O interessante é que em virtude das carcterísticas fractais do comportamento dos preços no mercado, também os repiques e correções são entremeados por movimentos em sentido contrário. Essa constatação é a chave para a compreensão da análise que faremos do IBOV e do DJI, pois ambos os índices estão em pleno repique intermediário, no meio de uma correção em suas tendências de longo prazo.

Começamos pelo IBOV. Podemos observar no gráfico ao lado (semanal, não in
dexado e em escala logarítmica) as etapas do ciclo de alta de longo prazo que antecederam o início da correção intermediária pela qual estamos passando. Observe-se, em primeiro lugar, que a atual correção, assim como aquela que a precedeu (entre maio e setembro de 2006), foram anunciadas com antecedência por claras divergências de baixa no MACD (pontos 1 e 2). Em junho de 2008 ingressamos na primeira etapa da correção: a baixa que nos levou até o fundo de 29.435 pontos, praticamente tocando a LTA da tendência de longo prazo. Em seguida teve início o repique corretivo que levou o índice até os 55.300 pontos. Obviamente, a pergunta é: e a partir de agora? Podemos observar que desde o início do repique já tivemos uma correção significativa, entre fevereiro e março de 2009 e agora temos uma segunda correção em curso. Ainda não é possível saber se esta segunda correção é o marco final do presente repique e no momento não me parece possível fazer uma projeção minimamente confiável. De um lado o MACD indica que o repique ainda possui uma força residual, a qual pode levá-lo à superação dos 55.300 pontos, de outro, essa segunda correção mais acentuada nos indica que o término do repique pode estar próximo. Sugiro aguardar para ver se os movimentos das próximas semanas esclarecem um pouco mais o quadro: se o índice perder os 49.100 pontos é bem possível que continue a cair, por outro lado, se superar os 55.300, o repique deve prosseguir por mais algum tempo - mas, acredito, não por muito mais tempo. De qualquer modo, a hora é de cautela e de muito discernimento na colocação do stop-loss e do trailing stop.

Em relação ao Dow Jones, notamos que a forte correção iniciada em outubro de 2008 foi também precedida por uma divergência de baixa no MACD.( ponto 2). Ao
contrário, todavia, do nosso índice, o atual repique corretivo do DJI foi previamente anunciado por uma fortíssima divergência de alta (ponto 2). No momento, o índice norte-americano parece estar ingressando na primeira correção mais intensa deste repique, que, em princípio não causa maiores preocupações, pois o MACD indique que ele ainda possui um bom torque remanescente. Evidentemente, o indicador técnico apenas auxilia a interpretação dos dados de preço e volume, assim, uma eventual retomada do repique intermediário do Dow só estará confirmada caso o índice ultrapasse a barreira dos 8.700 pontos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ELÉTRICAS

No post da semana passada fiz uma análise de três índices setoriais: INDX, ITEL e IEE, comparando o seu desempenho com o do mercado em geral. Destes, o IEE foi aquele cujo comportamento mais surpreendeu, pois recentemente ele superou o seu topo histórico com níveis crescentes de volume. Isso me levou a prestar mais atenção nos papéis do setor de energia, inclusive naqueles que não integram o índice setorial. Como era de se esperar, observam-se movimentos muito interessantes no setor e foi relativamente fácil selecionar os três papéis que serão comentados aqui no blog.

Começamos com CMIG3, papel cujo topo mais recente foi formado em maio de 2007. A partir daí, Cemig ON ingressou em uma prolongada correção que parece já ter completado suas três etapas clássicas: um primeiro movimento de baixa que se estendeu do topo até o patamar de R$ 18,00, atingido em março de 2008. Em seguida tivem
os o repique corretivo que levou os preços até o patamar de R$ 25,00, atingido em junho de 2008. Por fim, o derradeiro movimento de baixa que formou o fundo recente do papel em R$ 16,00. A partir daí, chamo a atenção para dois fortes indicativos do encerramento da correção: a formação de um fundo duplo entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009 e - na minha opinião, até mais significativo - uma divergência de alta no MACD, a qual se formou entre o primeiro fundo (em março de 2008) e o segundo (em outubro de 2008). Ao que tudo indica, portanto, temos uma sólida retomada na tendência de alta de longo prazo do papel, a ser definitivamente confirmada pela eventual superação do topo histórico de R$ 31,00.

Em estágio mais avançado da retomada de uma tendência de alta de longo prazo, temos GETI4 - Aes Tietê. Vemos que após atingir um topo relevante em junho de 2007 a ação ingressou em uma longa e algo irregular distribuição lateral, aliás, muito característica de papéis que experimentam uma alta consistente, seguida por uma pausa que ao contrário de indicar um encerramento da alta precedem, isso sim, uma nova retomada. O comportamento de GETI4 parece até um exemplo de manual de análise técnica desse padrão. O papel superou em definitivo a resistência situada nos arredores de R$ 15,00 em fevereiro de 2009. Atualmente, chamo a atenção para o volume financeiro crescente que acompanha a renovada tendência de alta, inclusive tendo-se atingido um pico recente de volume durante a última semana. No MACD, tanto a linha de sinal, quando a linha MACD propriamente, estão indicando que o torque da tendência de alta é muito forte, o que aliado ao indicador de volume leva-nos a crer que estamos ainda nas etapas iniciais da retomada.

Por fim um dos papéis mais adiantados na alta generalizada do setor elétrico: C
ELPE PNA - CEPE5. Trata-se de uma ação de baixíssima capitalização bursátil - nas última quatro semanas foram registradas apenas 37 operações com o papel. Esta ação vem seguindo uma bem ordenada tendência de alta, entremeada por correções de mediana duração e intensidade. A última delas - entre maio e outubro de 2008 - foi precedida por uma tripla divergência no MACD, a qual vinha se formando desde novembro de 2007. Ao contrário do que seria de se esperar diante de um sinal de baixa tão significativo, a correção não foi das mais violentas - foi muito branda até -, pois o papel perdeu pouco mais de 25% do seu valor o topo e fundo da correção. É um fato muito significativo, pois indica uma elevadíssima confiança dos comprados que sustentam a tendência de alta de longo prazo. Pois bem, retomada a alta, a partir de novembro de 2008, o papel vem fazendo novos topos de maneira muito consistente. Atualmente, o sinal de alerta é dado pelo MACD, que está ensaiando a formação de uma nova divergência de baixa, a qual pode marcar o encerramento da primeira etapa da retomada, o que não impede de o mantermos em atento acompanhamento para aproveitar novas oportunidades de entrada.