sábado, 25 de julho de 2009

SEGUNDA LINHA EM MOVIMENTO

A semana foi movimentada - para mim, também fora do mercado... Na bolsa, muito movimento no meu segmento favorito: os papéis de segunda linha. Não foi fácil selecionar os papéis para a análise dessa semana, tal a profusão de boas oportunidades que surgiram ou se consolidaram, mas acabei selecionado três das ações que estão permanentemente na minha lista de acompanhamento para comentários, sempre em gráficos semanais e não indexados.

Começo com ETER3, que na última sexta-feira rompeu com força uma distribuição lateral que vinha se desenvolvendo desde o início do mês de maio. Vê-se que após o fundo de R$ 3,16, o papel entrou em uma clara tendência ascendente, c
uja confirmação ocorreu com a ultrapassagem do patamar e R$ 5,52, em março deste ano. Após a rápida subida, Eternit ingressou em fase de consolidação que deu origem a uma bem organizada distribuição lateral. Em geral observa-se na análise técnica que há uma probabilidade maior do papel romper a distribuição no sentido da tendência que a precedeu - no caso, de alta - e quanto mais longo o período de consolidação maior tende a ser a amplitude do movimento que se segue. As próximas semanas demonstrarão a amplitude do movimento de alta de ETER3, mas os sinais iniciais são otimistas: não só o rompimento da resistência foi feito com volatilidade elevada, como houve também um nítido aumento do volume negociado.

Em situação bem semelhante à Eternit, temos FESA4. Observando o movimento dos preços nos últimos dois anos e meio, vemos que este papel fez um clássico movimento parabólico, praticamente quadruplicando de valor entre fevereiro e junho de 2008, para em seguida ingressar em uma tendência de baixa igualmente intensa. Em seguida, a tendência de baixa dissolveu-se em uma distribuição lateral que formou um forte suporte na faixa de R$ 5,45 e resistência na a faixa de R$ 5,86. A superação desse patamar no final do mês de março deste ano apresentou uma primeira oportunidade de entrada no papel. Uma segunda oportunidade apresenta-se agora, pois na última sexta-feira FESA4 rompeu a resistência situada na parte superior da distribuição lateral que vinha se desenvolvendo desde meados do mês de maio, em uma pausa natural no movimento de alta iniciado em março. Aqui também o breakout dá todos os sinais de ser sério: rompimento da resistência com alta volatilidade e volume financeiro em elevação, ainda que discreta.

Por fim, um dos meus papéis favoritos já a alguns anos, em virtude da enorme amplitude dos seus movimentos: IDNT3. Observa-se no gráfico que IdéiasNet vem se movimento dentro de um canal de alta de longo prazo bastante dilatado. Recentemente, após tocar a LTA que funciona como base do canal, na faixa de R$ 1,86, o papel ingressou em novo ciclo intermediário
de alta, cuja fase inicial foi confirmada pela superação da resistência situada na faixa de R$ 2,39. Como sempre ocorre em uma tendência estabelecida, pausas marcadas por uma distribuição lateral vão ocorrendo ao longo do caminho - vide os exemplos acima - fornecendo boas oportunidadades de entrada, sob a perspectiva de risco X retorno. No caso de IDNT3, a distribuição assumiu o formato de "flâmula", com a porção superior sendo superada na semana passada, em um movimento de alta volatilidade e com volume financeiro crescente. Ressalto que não sou muito adepto do emprego dos formatos "bandeira" e "flâmula", pois sua confiabilidade não chega a ser das mais elevadas, mas uma entrada mais conservadora e com maior probabilidade de sucesso pode ser feita na superação do topo recente situado nos arredores de R$ 3,60. Reparem, por fim, que o potencial de alta é elevado, pois hoje a LTA que demarca o topo do canal está passando pela região próxima a R$ 15,00.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ATRASO

Prezados, desculpem o atraso no post dessa semana. Prometo um caprichado para a próxima sexta-feira após o fechamento do mercado.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

FUTUROS

Já faz algum tempo que incorporei à minha rotina de acompanhamento três contratos negociados via WebTrading no pregão da BMF&F e agora pretendo postar comentários periódicos sobre sua evolução.

Começando por WINFUT (índice futuro), que em linhas gerais segue - como era d
e se esperar - a evolução dos preços do seu ativo-base, o Índice Bovespa. No momento, segue no curso de um repique corretivo, tendendo a buscar a LTA que sustenta o repique. Embora eu tenha uma predileção por trades de logo prazo, pegando uma tendência de alta no início e me mantendo nela (se possível aumentando continuamente a posição) até que surjam os primeiros sinais de esgotamento, no caso do WINFUT essa estratégia só se tornará viável depois de completada a segunda etapa de baixa, que deve vir na seqüência do atual repique. Até lá, é mais prudente relizar trades com horizonte temporal mais curto, entrando vendido quando a cotação se aproxima do topo do canal e revertendo para compra quando ela se aproxima da LTA.

Em seguida temos WBG (boi gordo), que no momento também se presta a trades de curto prazo - para quem estiver estranhando essa recomendação vinda de um trend-follower, aviso que nos mercados futuros as oportunidades de curto prazo costumam ser bem mais recompensadoras do que em ações, em virtude da alavancagem e dos custos de corretagem muito mais baixos. Observa-se que as cotações continuam a oscilar dentro de uma distribuição lateral favorável ao "pingue-pongue": entrar vendido após um teste mal sucedido da resistência, nos arredores de R$ 89,00, e depois cobrir a venda e entrar comprado nas proximidades do suporte, situado nos arredores de R$ 77,00. Se você acha que a diferença não é lá grande coisa, saiba que o contrato de Boi Gordo é aquele com maior alavancagem financeira dentre todos (desse jeito até parece que são muitos...) os disponíveis no web-trading. Considerando a cotação de fechamento da última sexta-feira (R$ 82,49 por arroba) e a margem de manutenção fixada em R$ 150,00 por contrato de 33 arrobas, temos uma alavancagem financeira de respeitáveis 18:1.

Por fim o Dólar Futuro, que não apresenta maiores novidades, exceto pelo fato de ter encontrado um sólido suporte no patamar de R$ 1,94. No mais, a situação mantém-se indefinida, pois a continuação do movimento de baixa nas cotações depende da superação do suporte acima mencionado, ao passo que não temos ainda um indicativo de reversão rumo à uma nova tendência de alta. É possível também que a cotação da moeda acabe estabelecendo por algum tempo uma distribuição lateral, semelhante àquela de WBG. Por enquanto, todavia, nada a recomendar, além de paciência para aguardar uma definição.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

SETOR INDUSTRIAL

Prosseguindo a análise de ações componentes dos índices setoriais da nossa bolsa, vou analisar no post dessa semana três ações do setor industrial. Foi o setor mais atingido pela correção que teve início em julho o ano passado, especialmente em virtude do pânico que tomou conta do mercado entre o final de agosto e o início de setembro. Obviamente, quem manteve a cabeça fria no meio do pânico acabou sendo apresentado à ótimas oportunidades de compra, algumas oferecidas em bandeja de prata pelo mercado, como essas duas aqui abaixo.

Gerdau PN foi duramente atingida pela correção, tendo perdido mais de setenta por cento do seu valor entre o pico de R$ 41,40 e o fundo de R$ 10,26. Passado o pânico, o papel fez um movimento clássico de esgotamento da pressão vendedora - daqueles que parecem feitos sob encomenda para um manual de análise técnica: formou um fundo duplo entre novembro de 2008 e março de 2009, acompanhado por uma divergência de alta "classe B" no MACD, que precedeu o repique de alta pelo qual o papel está passando no momento atual. Obviamente, o momento ideal de entrada teria sido ou na formação do segundo fundo ou - para os mais cautelosos - na confirmação do repique, quando o preço fechou acima do patamar de R$ 18,32. Note-se também que o volume financeiro crescente ao longo do atual repique parece indicar que ele ainda possui fôlego suficiente para prosseguir por mais algum tempo.

Suzano Papel PNA - outra ação que perdeu próximo de setenta por cento de
seu valor entre o pico de R$ 30,72 e o fundo de R$ 9,30 - fez um movimento em essência idêntico à GGBR4. Assim como Gerdau, SUZB5 encerrou a primeira etapa de correção com um fundo duplo entre novembro de 2008 e março de 2009, acompanhado por uma divergência "clase B" no MACD. O repique foi definitivamente confirmado com a superação da resistência situada nos arredores de R$ 14,40, nível que foi novamente testado - dessa vez como suporte - no pullback das últimas semanas. Para o futuro imediato, tanto o volume financeiro crescente durante o repique quanto as indicações do MACD sugerem que ainda temos um bom torque remanescente, que deve impulsionar os preços rumo ao rompimento da próxima resistência, situada no patamar de R$ 16,80.

Embraer ON difere completamente das duas ações acima e também - como de praxe - da tendência geral do INDX. Apesar de ser um papel que nunca ing
ressou na minha lista de acompanhamento, pois após a impressionante valorização que se seguiu à sua privatização, com os preços saindo de um fundo de R$ 0,03 para um primeiro topo de R$ 13,63 em um período de quatro anos (entre setembro de 1997 e maio de 2001), EMBR3 parece ter entrado em uma lenta ascensão, que mais se assemelha à uma grande distribuição lateral. Ainda assim, o momento parece interessante para uma olhada no papel. Vemos que após o topo recente de R$ 24,04 esta ação ingressou em uma correção de grandes proporções a partir de agosto de 2007 - aliás, precedida de uma impressionante divergência de baixa no MACD -, cuja primeira etapa ainda não está encerrada. Com efeito, observamos que apesar de já se ter formado uma tripla divergência de alta no MACD - coisa não muito comum - o comportamento dos preços ainda não indicou com segurança que o fundo foi definitivamente atingido em R$ 5,54. Em virtude da divergência e do volume em elevação no repique que se seguiu, é bem provável que esse fundo não venha a ser novamente testado, todavia, a confirmação de um repique de alta sustentável depende da superação do patamar de preços situado nos arredores de R$ 10,00.