domingo, 9 de novembro de 2008

CEDO DEMAIS PARA COMPRAR?

O recente repique corretivo ocorrido no mercado brasileiro leva muitos investidores a questionar se não é o momento adequado para entrar comprando papéis de empresas sólidas mas que foram duramente atingidos pelas vendas iniciadas em maio/junho deste ano. Obviamente, o questionamento parte da premissa implícita de que a tendência de baixa já estaria esgotada e o mercado estaria agora começando a retomar sua tendência de alta de longo prazo. Observando-se o gráfico semanal do índice BOVESPA, vê-se que ele atingiu o objetivo de nossa projeção baixista, vindo buscar a área de suporte dada pela LTA que acompanha o atual ciclo de alta. A partir deste ponto observamos o repique corretivo que se desenvolveu nas duas últimas semanas.

Como sempre, a dúvida é saber se o repique pode ser tomado com uma sinalização de retomada ou se, ao contrário, novas quedas ainda aguardam os investidores. O discernimento entre estas duas possibilidadades exige uma análise objetiva do comportamento dos preços, que procure deixar de lado a ansiedade por puxar o gatilho nas comprar - a qual, no mais das vezes, apenas trai uma "torcida" inconsciente pela retomada. Nesta hora, costumo adotar critérios muito simples e objetivos: se o mercado está fazendo topos e fundos mais altos, temos uma tendência de alta e é hora de entrar comprando; se está fazendo topos e fundos mais baixos, temos uma tendência de queda e é hora de vender e aguardar a reversão. Até agora não conheci ningém que tenha me apresentado critérios mais sólidos do que estes para orientar um discernimento quanto às tendências de mercado.

As sinalizações mais confiáveis são aquelas do gráfico semanal, por isso eu as utilizo para conferir a tendência de longo prazo. Observa-se no gráfico semanal do IBOV que ainda não está clara a formação de topos e fundos mais elevados após o início da atual correção, motivo pelo qual recomenda-se muito cautela aos potenciais compradores. No gráfico diário - que infelizmente nos dá sinalizações de probabilidade menos confiável - a situação é um pouco mais clara, pois vê-se que já se formou um novo topo e um novo fundo mais alto do que o anterior de 29.000 pts. Uma eventual superação do topo de 41.000 pts pode confirmar um repique corretivo de maior intensidade, mas aqueles que desejarem aproveitar-se dele devem lembrar de operar com um stop-loss cuidadosamente posicionado e um trailing stop curto para evitar serem pegos em um renovado movimento de baixa, pois - como afirmei no post da semana passada - o mais importante não é o ponto de entrada, mas o ponto de saída de cada operação.

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