sábado, 9 de maio de 2009

SERÁ MESMO QUE O PIOR JÁ PASSOU?

Diante das recentes altas no Índice Bovespa, muitos amigos me perguntam por que insisto em caracterizá-la como um mero repique intermediário e não como a retomada da tendência de alta de longo prazo. O argumento sobre o qual, no mais das vezes implicitamente, apóia-se o questionamento é de que "o pior já passou" e, portanto, já estaríamos presenciando uma retomada consistente. A razão para o meu ceticismo é que dadas as premissas da análise técnica, é muito improvável que já tenhamos chegado ao fim da correção no mercado de ações. Explico: os ciclos de alta são entremeados por freqüentes correções de variada intensidade e é comum que as correções mais intensas sejam elas própria entremeadas por repiques altistas. Embora eu não seja adepto da contagem de ondas, é um fato observável que que as correções tendem a se desenvolver em três etapas: 1) uma primeira queda; 2) um repique intermediário de média intensidade e 3) mais uma queda que pode, inclusive, levar os preços para um fundo abaixo daquele formado pela primeira.

Se observarmos o gráfico mensal - em escala logarítmica e não indexada - do IBOVESPA, veremos claramente que o nosso mercado está passando por uma forte correção que, em sua primeira etapa, o trouxe para as proximidades da linha de tendência que marca os fundos formados ao longo do presente ciclo de alta de longo prazo. A análise técnica observa as oscilações dos preços para tentar identificar padrões de comportamento dos investidores, os quais tenham tendência a se reproduzir. Neste sentido, é muito reduzida a probabilidade de que a presente alta prossiga e supere o topo de 73.500 pontos sem antes passar por uma nova queda. É reduzida, porque a análise do histórico de comportamento dos mercados nos indica que as correções mais severas tendem a seguir o padrão de três etapas acima explicado.

Vamos ilustrar esse padrão com um exemplo tirado do nosso próprio
mercado: a correção ocorrida entre agosto de 1997 e maio de 1998, ainda nas fases inicias do atual ciclo. Observe-se o primeiro gráfico - semanal, não indexado e em escala logarítmica - , que mostra o topo de 14.005 pontos, atingido em maio/97, logo seguido por uma correção que formou um fundo em 7.560 pontos (-46%), patamar a partir do qual o IBOV ingressou em uma congestão lateral que rapidamente deu lugar à uma alta que o levou praticamente até os 12.000 pontos.

E depois? Depois se seguiu uma nova queda (terceiro gráfico), neste caso, ainda
mais violenta do que a primeira, a qual formou o fundo definitivo da correção à 4.575 pontos (- 63% em relação ao topo). Obviamente, não estou afirmando que tais números percentuais vão se reproduzir no cenário atual, apenas que a análise técnica faz suas estimativas amparada em analogias com eventos similares ocorridos no passado. Dessa feita, dados os padrões que costumam se formar nas correções similares à que estamos vivenciando, é no mínimo uma perigosa ingenuidade descartar sem mais nem menos a hipótese de estarmos em meio a um repique corretivo da tendência de baixa.

Um comentário:

Bollingerdude disse...

Fala Gustavo, tudo bom cara, aqui é o Felipe do blog bollingerdude que depois virou probm. Vim só te avisar que mudei de novo. Agora to no iTrade
http://itrade.uuuq.com

Abraços