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segunda-feira, 13 de julho de 2009

FUTUROS

Já faz algum tempo que incorporei à minha rotina de acompanhamento três contratos negociados via WebTrading no pregão da BMF&F e agora pretendo postar comentários periódicos sobre sua evolução.

Começando por WINFUT (índice futuro), que em linhas gerais segue - como era d
e se esperar - a evolução dos preços do seu ativo-base, o Índice Bovespa. No momento, segue no curso de um repique corretivo, tendendo a buscar a LTA que sustenta o repique. Embora eu tenha uma predileção por trades de logo prazo, pegando uma tendência de alta no início e me mantendo nela (se possível aumentando continuamente a posição) até que surjam os primeiros sinais de esgotamento, no caso do WINFUT essa estratégia só se tornará viável depois de completada a segunda etapa de baixa, que deve vir na seqüência do atual repique. Até lá, é mais prudente relizar trades com horizonte temporal mais curto, entrando vendido quando a cotação se aproxima do topo do canal e revertendo para compra quando ela se aproxima da LTA.

Em seguida temos WBG (boi gordo), que no momento também se presta a trades de curto prazo - para quem estiver estranhando essa recomendação vinda de um trend-follower, aviso que nos mercados futuros as oportunidades de curto prazo costumam ser bem mais recompensadoras do que em ações, em virtude da alavancagem e dos custos de corretagem muito mais baixos. Observa-se que as cotações continuam a oscilar dentro de uma distribuição lateral favorável ao "pingue-pongue": entrar vendido após um teste mal sucedido da resistência, nos arredores de R$ 89,00, e depois cobrir a venda e entrar comprado nas proximidades do suporte, situado nos arredores de R$ 77,00. Se você acha que a diferença não é lá grande coisa, saiba que o contrato de Boi Gordo é aquele com maior alavancagem financeira dentre todos (desse jeito até parece que são muitos...) os disponíveis no web-trading. Considerando a cotação de fechamento da última sexta-feira (R$ 82,49 por arroba) e a margem de manutenção fixada em R$ 150,00 por contrato de 33 arrobas, temos uma alavancagem financeira de respeitáveis 18:1.

Por fim o Dólar Futuro, que não apresenta maiores novidades, exceto pelo fato de ter encontrado um sólido suporte no patamar de R$ 1,94. No mais, a situação mantém-se indefinida, pois a continuação do movimento de baixa nas cotações depende da superação do suporte acima mencionado, ao passo que não temos ainda um indicativo de reversão rumo à uma nova tendência de alta. É possível também que a cotação da moeda acabe estabelecendo por algum tempo uma distribuição lateral, semelhante àquela de WBG. Por enquanto, todavia, nada a recomendar, além de paciência para aguardar uma definição.

sábado, 27 de junho de 2009

IBOV & DJI

Nos mercados de ações e derivativos, a praxe no comportamento dos preços é de que estes não subam nem caiam linearmente. Tanto os ciclos de alta de longo prazo quanto os de baixa são entremeados por correções e repiques que se movimentam em sentido contrário ao da tendência principal. O interessante é que em virtude das carcterísticas fractais do comportamento dos preços no mercado, também os repiques e correções são entremeados por movimentos em sentido contrário. Essa constatação é a chave para a compreensão da análise que faremos do IBOV e do DJI, pois ambos os índices estão em pleno repique intermediário, no meio de uma correção em suas tendências de longo prazo.

Começamos pelo IBOV. Podemos observar no gráfico ao lado (semanal, não in
dexado e em escala logarítmica) as etapas do ciclo de alta de longo prazo que antecederam o início da correção intermediária pela qual estamos passando. Observe-se, em primeiro lugar, que a atual correção, assim como aquela que a precedeu (entre maio e setembro de 2006), foram anunciadas com antecedência por claras divergências de baixa no MACD (pontos 1 e 2). Em junho de 2008 ingressamos na primeira etapa da correção: a baixa que nos levou até o fundo de 29.435 pontos, praticamente tocando a LTA da tendência de longo prazo. Em seguida teve início o repique corretivo que levou o índice até os 55.300 pontos. Obviamente, a pergunta é: e a partir de agora? Podemos observar que desde o início do repique já tivemos uma correção significativa, entre fevereiro e março de 2009 e agora temos uma segunda correção em curso. Ainda não é possível saber se esta segunda correção é o marco final do presente repique e no momento não me parece possível fazer uma projeção minimamente confiável. De um lado o MACD indica que o repique ainda possui uma força residual, a qual pode levá-lo à superação dos 55.300 pontos, de outro, essa segunda correção mais acentuada nos indica que o término do repique pode estar próximo. Sugiro aguardar para ver se os movimentos das próximas semanas esclarecem um pouco mais o quadro: se o índice perder os 49.100 pontos é bem possível que continue a cair, por outro lado, se superar os 55.300, o repique deve prosseguir por mais algum tempo - mas, acredito, não por muito mais tempo. De qualquer modo, a hora é de cautela e de muito discernimento na colocação do stop-loss e do trailing stop.

Em relação ao Dow Jones, notamos que a forte correção iniciada em outubro de 2008 foi também precedida por uma divergência de baixa no MACD.( ponto 2). Ao
contrário, todavia, do nosso índice, o atual repique corretivo do DJI foi previamente anunciado por uma fortíssima divergência de alta (ponto 2). No momento, o índice norte-americano parece estar ingressando na primeira correção mais intensa deste repique, que, em princípio não causa maiores preocupações, pois o MACD indique que ele ainda possui um bom torque remanescente. Evidentemente, o indicador técnico apenas auxilia a interpretação dos dados de preço e volume, assim, uma eventual retomada do repique intermediário do Dow só estará confirmada caso o índice ultrapasse a barreira dos 8.700 pontos.

domingo, 7 de junho de 2009

SEGUNDA LINHA

Hoje voltamos para uma dos meus assuntos preferidos: ações de segunda linha. Alguns papéis neste segmento estão confirmando o encerramento da primeira etapa de suas respectivas baixas e o ingresso em um repique intermediário com bastante atraso em relação às ações líderes do mercado, o que acaba fornecendo uma boa oportunidade de entrada para quem não conseguiu pegar o início do repique em outros papéis.

Começamos a análise com CREM3. O papel da fabricante de materiais médico-hospitalares encerrou sua correção com um fundo duplo exemplar (pontos 1 e 3), que foi seguido por uma alta bastante acelerada, responsável pelo rompimento do patamar de R$ 9,40 (ponto 2)ainda no início do mês de maio último. Previsivelmente, a rompimento da resistência abriu espaço a continuação do repique de alta, que prossegue com força, apesar do baixo volume negociado. Aqui, o ponto ideal de entrada já passou (teria sido logo no rompimento dos R$ 9,40), porém as sucessivas altas semanais fornecem pontos de entrada adequados, desde que não se esqueça de colocar um stop-loss logo abaixo da mínima da semana.

O próximo papel em análise é IDNT3, uma velha conhecida minha - sempre presente na lista de acompanhamento em virtude de sua altíssima volatilidade. Pois bem, após uma queda espetacular que a trouxe de R$ 10,03 até a mínima recente de R$ 1,40, o papel entrou em uma estreita e breve distribuição lateral (ponto 01) até começar a uma nova disparada. O repique foi confirmado em um movimento exemplar, no qual o papel formou um topo (02), começou a retroceder até formar um fundo (03) e retomou o avanço, rompendo com força o patamar de R$ 2,75 na última semana de maio, oferecendo uma excelente oportunidade de entrada.

Por último, um comentário sobre um papel de baixíssima capitalização bursátil - eu diria que aqui já estamos falando em terceira linha... -, que entrou recentemente na minha lista de acompanhamento: FBMC4. A Fibam Cia Indstrial é especializada na produção de fixadores industriais de alta resistência e os fornece principalmente para a indústria automobilística. Vemos que o papel fez uma impressionante disparada de Julho de 2003 a Setembro de 2007 - período no qual seu valor multiplicou-se por quase 100 - iniciando, em seguida, uma forte e prolongada correção. Observa-se que FBMC4 Ainda não fez o movimento clássico de reversão em três etapas, pois no momento está ainda buscando um primeiro topo. Não obstante, a plotagem do MACD sobre o gráfico do papel nos indica uma clara divergência de alta, que se formou entre Outubro de 2008 e Março de 2009, com os preços atingindo novos fundos enquanto o indicador recusava-se a acompanhá-los: uma ótima oportunidade de entrada para quem gosta de operar contra a tendência, tentando antecipar sinais de reversão.

sábado, 9 de maio de 2009

SERÁ MESMO QUE O PIOR JÁ PASSOU?

Diante das recentes altas no Índice Bovespa, muitos amigos me perguntam por que insisto em caracterizá-la como um mero repique intermediário e não como a retomada da tendência de alta de longo prazo. O argumento sobre o qual, no mais das vezes implicitamente, apóia-se o questionamento é de que "o pior já passou" e, portanto, já estaríamos presenciando uma retomada consistente. A razão para o meu ceticismo é que dadas as premissas da análise técnica, é muito improvável que já tenhamos chegado ao fim da correção no mercado de ações. Explico: os ciclos de alta são entremeados por freqüentes correções de variada intensidade e é comum que as correções mais intensas sejam elas própria entremeadas por repiques altistas. Embora eu não seja adepto da contagem de ondas, é um fato observável que que as correções tendem a se desenvolver em três etapas: 1) uma primeira queda; 2) um repique intermediário de média intensidade e 3) mais uma queda que pode, inclusive, levar os preços para um fundo abaixo daquele formado pela primeira.

Se observarmos o gráfico mensal - em escala logarítmica e não indexada - do IBOVESPA, veremos claramente que o nosso mercado está passando por uma forte correção que, em sua primeira etapa, o trouxe para as proximidades da linha de tendência que marca os fundos formados ao longo do presente ciclo de alta de longo prazo. A análise técnica observa as oscilações dos preços para tentar identificar padrões de comportamento dos investidores, os quais tenham tendência a se reproduzir. Neste sentido, é muito reduzida a probabilidade de que a presente alta prossiga e supere o topo de 73.500 pontos sem antes passar por uma nova queda. É reduzida, porque a análise do histórico de comportamento dos mercados nos indica que as correções mais severas tendem a seguir o padrão de três etapas acima explicado.

Vamos ilustrar esse padrão com um exemplo tirado do nosso próprio
mercado: a correção ocorrida entre agosto de 1997 e maio de 1998, ainda nas fases inicias do atual ciclo. Observe-se o primeiro gráfico - semanal, não indexado e em escala logarítmica - , que mostra o topo de 14.005 pontos, atingido em maio/97, logo seguido por uma correção que formou um fundo em 7.560 pontos (-46%), patamar a partir do qual o IBOV ingressou em uma congestão lateral que rapidamente deu lugar à uma alta que o levou praticamente até os 12.000 pontos.

E depois? Depois se seguiu uma nova queda (terceiro gráfico), neste caso, ainda
mais violenta do que a primeira, a qual formou o fundo definitivo da correção à 4.575 pontos (- 63% em relação ao topo). Obviamente, não estou afirmando que tais números percentuais vão se reproduzir no cenário atual, apenas que a análise técnica faz suas estimativas amparada em analogias com eventos similares ocorridos no passado. Dessa feita, dados os padrões que costumam se formar nas correções similares à que estamos vivenciando, é no mínimo uma perigosa ingenuidade descartar sem mais nem menos a hipótese de estarmos em meio a um repique corretivo da tendência de baixa.